sábado, 16 de fevereiro de 2008

Tudo menos as queijadas

Nos últimos tempos tem-se ouvido falar sobre um órgão do ministério da economia e inovação, a ASAE. Os canais de televisão, os jornais, as revistas, a Internet “bombardeiam-nos com informação sobre as ultimas acções da autoridade e com e opinião de pessoas mais prestigiadas sobre a mesma. Mas a final o que é a ASAE?
Tem como definição Autoridade de Segurança Alimentar e Económica foi originada acerca de dois anos e tem como objectivo garantia de legalidade da actuação dos agentes económicos, a defesa da saúde pública e da segurança dos consumidores, velando pelo cumprimento das normas legais que disciplinam as actividades económicas.
Apesar de existir há algum tempo, só agora a ASAE revelou mais empenho nas suas funções, o resultado emerge em coimas elevadas aplicadas aos vendedores, encerramento temporário ou permanente dos estabelecimentos comerciais, todo isto por falta de condições, (ao ver da ASAE). Restaurantes, lojas de especialidades e até as famosas bolinhas de Berlim foram sacrificados, de acordo com as directrizes europeias em nome da saúde dos consumidores, da modernização e do nosso futuro.
Todos estes actos dos “nossos protectores” não têm sido bem recebidos tanto da parte dos gerentes como dos consumidores. No entanto há consumidores que para além de consumirem também são cronistas, revoltados pela revolta dos outros ou com a extinção dos seus petiscos predilectos, resolvem escrever sobre a controversa ASAE.
Um destes cronistas, António Barreto, tem um espaço no jornal Público onde escreve crónicas semanais cujo tema do dia 25 de Novembro de 2007 foi a ASAE e teve como titulo “Eles estão doidos”, tratava de dar exemplos e de enumerar situações normais e seguras, ao nosso ver, mas completamente absurdas e extremas ao ver dos órgãos da ASAE. Terminando a crónica com a seguinte frase: “E não tenhamos dúvidas: um dia destes, as brigadas vêm, com estas regras, fiscalizar e ordenar as nossas casas. Para nosso bem, pois claro”.
Vasco Pulido Valente, um outro cronista também se mostra desiludido com as decisões de ASAE, mas fá-lo de um modo irónico referindo-se apenas às bolinhas de Berlim. Começando a crónica por dizer que não sabe como a sua geração sobreviveu e ele chegou á idade adulta.
A meu ver a ASAE por vezes é exagerada, ou melhor a lei é exagerada porque a ASAE limita-se a fazer com que outrem cumpra a lei. O que não perdoo é o facto da proibição da venda de produtos tradicionais que são feitos e vendidos por uma determinada pessoa há mais de quinze anos, sem haver uma única gastroenterite ou sequer um vómito por parte dos consumidores e chegar a ASAE e dizer, não comem mais queijadas da Vizinha Alexandrina. Isso para mim não. As queijadas da Vizinha Alexandrina são essenciais na minha roda dos alimentos. E se algum dia as proibirem, penso que vou ser parecido aos drogados, mas em vez de me injectar ás escondidas, como queijadinhas da vizinha.
Mas de certa forma penso que é necessário um organismo que garanta a qualidade dos alimentos que consumimos embora de forma a preservar aquilo que nos caracteriza e que nos torna tão característicos dentro e fora do país: as nossas tradições.
Deixo aqui algumas questões sobre a possível relação entre a ASAE, consumidores e produtores. Será que os “nossos protectores” tem um contracto com as empresas de produção em massa? Já que o director da ASAE foi avistado a fumar num estabelecimento que não permite fumadores, porque não pensar que ele infringe leis mais graves? Se um produtor é multado por usar o seu carro para transportar os alimentos porque não por a hipótese de haver um novo estabelecimento que vende arcas frigoríficas portáteis na região? Porque não pensar que a ASAE actua por mandato de uma entidade superior á lei?
Nos dias de hoje estas e muitas mais perguntas ficam por responder mas dão que pensar.

2 comentários:

Perdidos na Teia disse...

Adorei a parte das queijadinhas da vizinha Alexandrina.
Mesmo teu ;D

Anocas*

Perdidos na Teia disse...

A parte da vizinha Alexandrina tá demais!
;D